segunda-feira, 2 de novembro de 2009


Muitas vezes trabalho de graça, pelo simples prazer de defender a justiça, e quando os garanhões da cidade começaram a se tornar fracotes chorões, engaiolados em suas casas, com medo do que podia lhes acontecer, eu saí às ruas, caçando as responsáveis.

Comecei visitando um dos meus locais favoritos: Academia de Boxe e Musculação Geraldo Caldas. A academia costumava ser o ponto de encontro de todos os brutamontes da região. O edifício era sujo, com paredes descascadas e repletas de fotografias dos grandes machões que por ali passaram. Nestor Castañedas, Jock Autorama, Lúcio Fumê, Antônio 29, Pau de Sebo, Sargento Cláudio Magno, Cézar, Everaldo Matteus, Paulo Washington, Vampiro, Brukutu, Plutão, Vasco, Santiago, e muitos outros, estavam todos lá, eternizados pelas fotografias orgulhosamente expostas.

Geraldo Caldas me atendeu em seu gabinete particular, e com o olhar perdido explicou que a academia já não era mais a mesma. Os antigos fregueses estavam deixando de aparecer. O lugar não era mais seguro à noite, e a academia estava fechando às sete. Seus dias de glória pareciam ter terminado, ali só restava medo e incerteza. Geraldo começou a chorar, fato que me deixou muito triste. Eu nunca poderia imaginar que aquele negro de dois metros de altura seria capaz de verter lágrimas feito uma mocinha. A situação era mesmo calamitosa. Tão feia que broxei. Procurando levantar o astral de Geraldo, ergui-me de meu assento e lhe mostrei a buceta. Seu olhar se iluminou por alguns segundos, mas quando tentei enfiar a mão em seu calção de lutador, Geraldo deu um grito de medo e saiu correndo do gabinete.

Confusa, deixei a academia e fui para meu escritório refletir sobre aquelas estranhesas. Não seria fácil arrancar nada daqueles machões amedrontados. Lembrei-me dos áureos tempos em que eu freqüentava a academia do Geraldo. Eu entrava na sala de musculação feito uma princesa nua. Bons tempos aqueles em que eu montava na tora preta de Geraldo; deixava o Vampiro sugar até a última gota de meu chico; ouvia o nanico Jock fazer aqueles barulhos de carro enquanto me enrabava. Agora, tudo estava perdido e minha tarefa era encontrar os responsáveis.

Telefonei para Brukutu e marquei um encontro. Fomos para um bar no lado oposto da cidade. O lugar estava vazio, e meu amigo se sentiu mais à vontade conversando em uma mesa escondida. Fui direto ao assunto e perguntei porque todos os valentões da cidade, de repente, se transformaram em franguinhas medrosas, sem coragem de exibir suas pirocas. Brukutu fez rodeios, pensou, relutou, mas acabou mencionando dois nomes: Veneno e Tirana. Eu nunca havia ouvido falar delas, mas não forcei Brukutu a revelar mais sobre o assunto. Outra sessão de lágrimas vinda de um machão teria comprometido meu grelho. Para ver se a situação era reversível, fui para debaixo da mesa e abri a calça de Brukutu. Ele resistiu, tive que segurá-lo com força, mais acabei arrancando-lhe uma ereção. Seu pau cabeludo feito um homem das cavernas em poucos segundos explodiu em grande volume de porra. Limpei minha boca com a toalha da mesa, e saí do bar sorrindo. Nem tudo estava perdido.

Como eu não sabia onde encontrar Veneno e Tirana - as bandidas responsáveis pelo descaralhamento dos machões- resolvi espreitar na área da academia de Geraldo Caldas. Telefonei para ele e implorei que deixasse a academia aberta até a madrugada. Ele não queria atender meu pedido, disse que era arriscado demais. Nenhum atleta ficaria lá até tão tarde, e ele teria que permanecer sozinho naquele prédio. Eu gritei com ele, chamei-o de bicha, de franga. Prometi que ficaria na área, vigiando tudo. Ele podia confiar em mim. O pobre Geraldo acabou concordando. Hoje me arrependo um pouco por tê-lo forçado a ir além de seus limites. Mas seu sacrifício foi necessário.

Quando a noite caiu, peguei meus binóculos de visão infravermelha e fui para o telhado de um prédio vizinho à academia, local perfeito para observar quem quer que passasse na rua. Nada ou ninguém poderia escapar ao meu olhar atento.

As horas se passaram e eu podia sentir o coração de Geraldo palpitar com força. Para ele, aqueles foram momentos de extrema tenção e tortura.

Quando o relógio da igreja bateu onze horas, Geraldo soltou um grito de gozo. Desci do prédio o mais rápido que pude, e quando entrei na academia, meu amigo estava de bruços, estendido no chão. Seu pau inchado latejava, com um filete de sêmen escorrendo do prepúcio. Passei o dedo indicador em seu cu dilatado e ele gemeu, sorrindo. Constatei que as pregas e o reto dele estavam cobertos por material lubrificante. Geraldo, ao sentir meu dedo em seu rego, arrebitou um pouco mais a bunda e, delirando, balbuciou um pedido, ele queria mais. Apiedada do machão que ali estava, comecei a passar a língua em suas pregas. Seu cacete parecia vazio de porra, trêmulo, como se lhe houvessem sugado até a última gota. Me distraí com o tratamento que estava dando no cu de Geraldo e não percebi a mão que veio tapar a minha boca com um pano encharcado de éter.

Fiquei desmaiada por muito tempo. Quando acordei, me vi amarrada em uma cadeira. Meu revólver se encontrava em cima da mesa. Meus olhos se acostumaram com a luz forte e pude vislumbrar Brukutu, Antônio 29 e Geraldo, nus, dormindo em um canto da sala. Enfim eu estava prestes a conhecer as duas responsáveis por tantos distúrbios. Veneno e Tirana, comportadamente sentadas em um sofazinho a alguns metros de minha cadeira, sorriam contentes.

Veneno usava um colã marrom cintilante, com um cinto grande, dourado, em volta da cintura. Suas botas castanho dourado, até a altura dos joelhos, combinavam com os enormes óculos escuros que ela usava. Seus cabelos iam até a cintura em cachos aloirados. Tirana usava uma corpete roxo-escuro, com vinil. Sua maquiagem era pesada em volta dos olhos e seu cabelo era channel, preto cintilante. Ela usava sandálias vermelhas e meias de ceda preta.

Quando as duas se levantaram do sofá, vi o volume enorme saltando em riste do meio de suas pernas. Veneno e Tirana eram dois travestis.

Elas caminharam até mim, dizendo que não eram tão más quanto pareciam. Veneno tirou o pau para fora do colã e o esfregou levemente em meu rosto. Abri a boca para alcançar aquela piroca. Tirana também já estava acariciando minha bochecha com seu caralho. As duas travestis, vendo meu desespero, enfiaram seus membros rijos em minha boca. Aos poucos fui me entregando à sacanagem. Veneno me desamarrou da cadeira, enquanto Tirana, munida de meu revólver, ameaçou estourar meus miolos caso eu tentasse escapar. Para provar que falava sério, Tirana deu um tiro na cabeça de Antônio 29.

Veneno se deitou no chão e me forçou a cavalgá-la. Sua pica era grossa, monumental. Tirana, apontando a arma em minha nuca, me enfiou o pau no cu. Que sensação inebriante ter as duas travestis me comendo ao mesmo tempo.

Brukutu, saindo de seu torpor, ameaçou levantar. Tirana lhe acertou dois tiros na barriga. Começamos a rir. Gozamos feito bandidas.

Quando colocamos nossas roupas, Tirana me passou o revólver. Não fazia mais sentido me ameaçar, naquele momento já éramos como velhas amigas.

Eu concluí que se os dois garanhões estavam mortos, não era de bom tom deixar Geraldo sair vivo para testemunhar contra nós. Dei-lhe uns tapinhas no rosto, ele acordou confuso. Sorri para lhe tranquilizar e dei-lhe dois tiros no peito. Geraldo pareceu não sofrer, o que me agradou.

Saímos as três - Veneno, Tirana e eu- pelas ruas da cidade, em busca de um barzinho para tomar uns drinques.

Veneno e Tirana, no decorrer dos anos, sempre se mostraram dispostas a me ajudar nos mais complicados mistérios.

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