sexta-feira, 16 de outubro de 2009


A primeira vez que encontrei Dr. Altinez Munhosa – o velho cirurgião plástico, chupador de grelhos- foi através do grande playboy Edgar Varella Dutra.

Edgar deu-lhe meu cartão, dizendo que eu era a melhor detetive do ramo. O tipo de serviço que o cirurgião plástico necessitava exigia muita cautela. Edgar fez questão de acompanhar o Doutor até meu escritório, aparentemente o playboy também tinha um negócio a me propor.

Doutor Munhosa me disse que precisava de alguém sigiloso e competente para ir ao Haiti buscar uma encomenda. Perguntei a ele o que seria transportado, ele disse que era uma caixa, relativamente pequena e leve, mas não poderia revelar o conteúdo da mesma. Eu teria que ser extremamente cautelosa, em hipótese alguma a caixa poderia cair em mãos erradas. Doutor Munhosa me revelou que a missão exigia um profissional com nervos de aço, pois forças ocultas estariam envolvendo a encomenda. Tranquilizei o doutor dizendo que eu era completamente agnóstica, e raramente me deixava levar por superstições, crenças populares ou mitos. Doutor Munhosa sorriu maliciosamente ao ouvir meu comentário.

Depois de pegar a caixa, eu deveria seguir para o Oriente Médio, onde o Doutor me encontraria em seu hospital em Bagdá e eu lhe entregaria a encomenda.

Aceitei o serviço e resolvemos alguns detalhes da viagem. Não preciso dizer que meu pagamento foi régio e adiantado. O Doutor se despediu dizendo que confiava em mim. Quando ele foi embora, o playboy Edgar me propôs sua parte no assunto. Edgar queria fazer uma aposta. Desconfiei de suas intenções, eu conhecia sua fama já há muito tempo. Aquele playboy era um apostador nato, acostumado a vencer sempre.

Edgar começou me perguntando o motivo pelo qual Dr. Munhosa não iria pessoalmente ao Haiti buscar a encomenda. Eu respondi que com certeza o transporte da caixa até Bagdá era perigoso e secreto. Edgar riu; disse-me que o problema não era o transporte, mas a encomenda em si. O playboy me revelou saber o que continha a caixa, mas não me diria o que era. De acordo com ele, um marajá do petróleo, de nome Azahij Ansur, foi quem o apresentou ao Doutor Munhosa em uma festa nas ilhas Malvinas. Durante a festa, o mesmo marajá, de porre, contou a ele sobre suas ligações com o doutor, sobre a encomenda secreta no Haiti, e sobre o que continha a misteriosa caixa. Foi assim que o playboy teve a idéia de intermediar as negociações entre eu e o doutor, e em seguida fazer a aposta.

O assunto era o seguinte: caso eu transportasse a caixa intacta, sem abri-la ou usar seu conteúdo, do Haiti a Bagdá, o playboy Edgar me daria sua frota luxuosa de iates. Porém, se por qualquer circunstância o lacre da caixa se rompesse e eu utilizasse o conteúdo da mesma, eu teria que lhe pagar em serviços. Edgar queria eliminar quatro primos seus, que brigavam por uma herança. Eu não pretendia perder aquela aposta, principalmente por que ela colocava em risco minha reputação de profissional séria. Transportar a caixa intacta era apenas minha obrigação, portanto aceitei o desafio.

Dois dias depois eu chegava à região central de Port-au-Prince, Capital do Haiti. Doutor Altinez Munhosa me havia fornecido o endereço do lugar onde eu poderia pegar a caixa: Sra. Vinnity Wantú, Rue de Mémoire de L´Art, número 666. A primeira parte da missão era encontrar a dita senhora, à meia noite em ponto, naquele endereço.

Foi difícil encontrar a Rue de Mémoire de L´Art, passei o dia inteiro e parte da noite procurando aquele lugar. Depois de uma busca frustrada, fui descobrir que a tal rua não era na cidade dos vivos. Rue de Mémoire de L´Art era uma das ruas dentro do amplo cemitério da Capital Haitiana, o número 666 era o de um pequeno mausoléu, e a Sra. Vinnity Wantú, para minha surpresa, era a mulher enterrada lá.

Arrombei o cemitério e entrei. O ambiente sombrio e o espesso nevoeiro noturno me atiçaram a buça. Respirei fundo e me contive. Em menos de meia hora encontrei o pequeno mausoléu de número 666. A porta estava entreaberta. Entrei. Na tampa de um sarcófago carcomido, coberto por um monturo de ossos e caveiras, vi uma pequena foto, o nome da mulher enterrada ali era Vinnity Wantú. Embaixo da foto havia uma inscrição em francês, coberta de poeira, restos de pele apodrecida, penas de aves e cera de vela. Limpei a sujeira de cima das letras e li, em voz alta, as palavras malditas: Passé la stupeur et le deuil, la rumeur prend forme, enfle, l'artist devient un véritable mythe. Andy Warhol ne serait pas mort. Son cadavre serait un faux de plus, le dernier acte de cet artiste dynamiteur.

Um vento frio e cortante invadiu o ambiente, arrepiando-me os cabelos do cu. Do canto mais escuro do pequeno mausoléu, a mulher que eu havia invocado saiu das sombras. Vinnity Wantú, a poderosa feiticeira, rainha dos espíritos perdidos e dos corpos sem vida. Seus olhos eram foscos, sem cor, sua língua e pele pareciam ressecadas. Nada naquela carcassa indicava sinal de vida. Sra. Vinnity Wantú estendeu os braços e me entregou a caixa de quatro palmos de comprimento por um de largura. Fiz menção de sair. O cadáver, porém, me estendeu uma prancheta com dois recibos. Procurei uma caneta na bolsa. A velha bruxa abriu o bolsinho de sua mortalha e me entregou uma esferográfica. Assinei os recibos, e saí do mausoléu levando a encomenda, enquanto a senhora Zumbi voltava para as sombras.

Aluguei um quarto em um dos hotéis cinco estrelas, próximos à orla. No sossego de meus aposentos fiquei a olhar a caixa misteriosa. O selo que a lacrava era vermelho, em formato de caveira. Minha buceta se encharcava enquanto eu passava levemente meus dedos sobre a tampa de madeira daquela encomenda. Algo me dizia que o que quer que fosse o conteúdo da caixa, era mais valioso do que eu poderia imaginar. Pensei em abrir o selo e ficar com tudo para mim, mas isso significaria perder a aposta, o que seria uma vergonha.

Deixei a caixa dentro do cofre do hotel, o que me pareceu ser arriscado, mas eu precisava andar um pouco. O contato com a caixa estava me deixando louca, e eu não entendia a razão.

Caminhei sem rumo durante uma hora, até chegar a uma praia aparentemente deserta. Ao longe eu escutava o barulho de tambores e via o fraco bruxulear de uma fogueira. Corri naquela direção, pressentindo os possíveis prazeres mais adiante.

Em volta da fogueira, dez homens altos e fortes, deuses de ébano, dançavam sem suas roupas. Eu fiquei extasiada. Imediatamente arranquei meu vestido branco e me ajoelhei na areia. Abri minhas pernas e comecei a bolinar meu clitóris. Os dez haitianos me rodearam, cantando seus hinos ritualísticos. Vi seus paus se enrijecendo à medida que o ritmo da música aumentava. Abocanhei suas toras gigantes, tentando apagar o fogo que crescia dentro de mim. Chupei todos até a exaustão, dez caralhos famintos por minha buceta. Senti meus grandes lábios engolirem um caralho, enquanto outro me comia o cu. Recebi, ao mesmo tempo, dois paus em minha boca, e masturbei dois outros. Os quatro cacetes restantes, iam se revezando em duplas penetrações pelo meu corpo. Uma hora antes do nascer do sol, deitada na areia, senti a chuva de esperma cobrindo meu corpo. Os dez, de pé, ejaculando em cima de mim. Entre gritos de prazer, recebi aquele leite abundante e voltei para o hotel. Felizmente, a caixa não havia sido retirada do cofre.

Parti da Capital Port-au-Prince de avião, rumo a Bagdá. Pensei que a orgia noturna me saciaria por algumas horas, mas a caixa misteriosa me seduzia, ondas de desejo incendiavam o meio de minhas pernas. Dentro do avião, trepei o máximo que pude, tentando fugir à tentação da caixa. Eu não poderia perder a aposta; desbancar o playboy Edgar e ganhar sua frota de iates era questão de honra.

Aterrissei em Bagdá e me senti aliviada por saber que minha missão estava chegando ao fim. No aeroporto, aluguei um carro e segui o mais rápido que pude para o local onde eu encontraria o Doutor Altinez Munhosa. Porém, antes de alcançar a entrada da cidade, uma caravana de beduínos apareceu na estrada. Eu havia depositado a caixa no meu colo, enquanto dirigia. O tesão que aquele objeto me dava me impediu de ver os beduínos chegando. Freei o automóvel, evitando o desastre. A caixa voou do meu colo, caindo entre o acelerador e o freio. Quando a caravana passou, percebi que o lacre da caixa estava partido. Furiosa, gritei "caralho... buceta!" A tampa da caixa tremeu e senti que Edgar havia ganhado a aposta. O conteúdo da caixa era um pênis rijo, enorme. Mais tarde doutor Munhosa me esclareceu que aquele era o famoso Pau-Voodoo.

O membro mágico, ouvindo meu xingamento, pensou que eu havia dado uma ordem direta, e entrou em ação. O Pau-Voodoo pulou para fora da caixa e me invadiu a buça. Lancei um uivo de tesão com a entrada inesperada daquela pistola. Eu nada podia fazer.

Acelerei em direção a Bagdá, tentando não desmaiar sob o efeito daqueles orgasmos múltiplos. Só o Dr. Munhosa saberia o que fazer para desligar aquele feitiço.

Corri pelas ruas da cidade, avançando sinais e atropelando transeuntes. Um policial me perseguiu de moto com insistência. Parei, na intenção de pedir que ele me escoltasse. O policial ao me ver contraindo em êxtase, não acreditando na história que lhe contei, disse "Madame, Pau-Voodoo o meu cu!"

O membro enfeitiçado saiu de minha buceta e, arrebentando as calças do homem da lei, invadiu impiedosamente seu butão. Para não chamar mais atenção, abri a porta do carro e joguei o policial no banco traseiro. Ele gritava, gemia, sem compreender o que lhe estava acontecendo.

Encontrei o Dr. Munhosa no seu hospital, no lado norte da cidade de Bagdá. O doutor, vendo policial gozar pela nona vez, deu a ordem “Pau-Voodoo, chega de putaria!”, o que deu fim à sacanagem toda.

O Pau-Voodoo havia sido comprado pelo magnata do petróleo de nome Azahij Ansur. O milionário árabe sofria de impotência desde a mais tenra idade, e adquiriu o membro mágico para implantá-lo em seu próprio corpo. Com certeza, suas duzentas e sete esposas ficariam gratas por sentir aquele cacete.

Depois da cirurgia, que foi um sucesso, Azahij Ansur me convidou a ser a primeira a experimentar sua nova piroca. Já que eu estava íntima daquele caralho, aceitei de bom grado.

Três dias depois, o playboy Edgar Varella me cumprimentava pelo serviço feito. Como nós havíamos combinado, caso eu perdesse a aposta, eu mataria seus quatro primos. Eu estava feliz com as sacanagens e putarias da minha missão, e resolvi ser rápida e pouco cruel. Aqueles quatro rapazes não chegaram a ver o que lhes atingiu.